sexta-feira, 12 de abril de 2013

Senna se diz animado com nova fase no Endurance


Bruno Senna inicia neste final de semana uma nova fase em sua carreira, agora nas provas de longa duração. Depois de três anos tentando se estabelecer na F1, ele irá competir como piloto oficial da Aston Martin no Mundial de Endurance.
Esta não é a primeira experiência do tipo para ele. Em 2009, sem lugar em categorias de monopostos, ele participou de três corridas da Le Mans Series, além das 24 Horas de Le Mans, com protótipo da classe LMP1 da equipe Oreca.
Agora, depois de perder a sua vaga na equipe Williams de F1, ele volta a competir nesta modalidade, só que desta vez na GTE Pro, principal classe GT, com uma das marcas inglesas mais famosas, e afirma que está contente com sua opção pelo WEC.
“É uma categoria que está ficando muito forte. Os fabricantes estão investindo muito, não só nos protótipos, mas também nos GTs. Todos os pilotos estão vendo que é uma categoria com prestígio, força. A questão é que a F1 todo mundo conhece. Mas a cultura do endurance existe nas pessoas e os pilotos estão percebendo isso”, disse o piloto em entrevista exclusiva ao Tazio.
Senna e Fernando Rees, que compete na categoria GTE Am, são os únicos brasileiros inscritos para todo o Mundial. Nas 6 Horas de Silverstone deste final de semana, eles terão ainda a companhia de Antônio Pizzonia, que irá correr na LMP2 com um protótipo Oreca 03-Nissan da equipe inglesa Delta-ADR. Lucas di Grassi não estará na etapa inglesa, mas participa de pelo menos três provas (Spa, Le Mans e mais uma ainda a ser confirmada) pela Audi, uma das favoritas ao título da categoria principal, a LMP1.
O primeiro contato de Bruno com a equipe aconteceu nas 12 Horas de Sebring, em março, tradicional prova americana em que a Aston Martin resolveu participar para se preparar para o campeonato.
“Vimos que o carro está competitivo depois da corrida de Sebring. Os tempos estavam bons. Foi uma pena que tivemos um problema no acidente que fez o radiador furar, mas o ritmo é forte. Agora, olhando para o campeonato, a equipe tem a ambição de estar no pódio, lutar por vitórias”, afirmou Senna.
  • Confira a primeira parte da entrevista exclusive que Bruno Senna concendeu ao Tazio (a segunda.em que ele fala do futuro de sua carreira e F1 será publicada na próxima semana):

Qual a expectativa para começar essa sua nova fase no Mundial de Endurance?
Animado. Vimos que o carro está competitivo depois da corrida de Sebring. Os tempos estavam bons. Foi uma pena que tivemos um problema no acidente que fez o radiador furar, mas o ritmo é forte. Agora, olhando para o campeonato, a equipe tem a ambição de estar no pódio, lutar por vitórias. Estou animado para esta primeira corrida, é uma pista que conheço bem e acho que pode ser uma ótima oportunidade de começar com o pé direito.
O fato de você conhecer melhor o circuito de Silverstone do que Sebring ajuda na adaptação?
Ajuda, com certeza. Fui para Sebring com um carro que não conhecia bem, que tinha andado pouco e estou conhecendo ainda. E agora vamos para uma pista que conheço melhor, então, as variáveis diminuem um pouco e isso ajuda a ser competitivo. É um desafio legal. Com certeza vai ser bem competitivo e a briga vai ser boa.
Ano passado, a Aston começou atrás da Ferrari e da Porsche e evoluiu bastante durante a temporada, criando uma grande expectativa para o pacote de 2013. Em Sebring, parece que vocês tiveram dificuldades. Como que a equipe está vendo essa divisão de forças para o começo do campeonato?
A equipe desenvolveu muito do ano passado para este, assim como outras. Mas acho que temos um carro que melhorou bastante em relação ao do ano passado. Os pilotos estão falando que o carro é bem mais fácil de pilotar no limite do que o do ano passado, obviamente isso é bom para mim. Entre alguns carros que vão competir no WEC que estavam em Sebring, vimos que estávamos fortes. É difícil saber exatamente onde estamos, pois todo mundo esconde um pouco o jogo, mas a briga vai ser boa. A Ferrari está bem, eles têm bom consumo de combustível, a Porsche, que desenvolve os próprios pneus, o carro anda rápido em alguns tipos de pista, a Corvette estava rápida, tem bastante potência. O endurance tem muitas variáveis e só dá para ter certeza das coisas na hora da corrida mesmo.
Você já teve uma experiência com protótipos no Endurance em 2010, voltou para a fórmula, e agora irá correr de GT nas provas de longa duração. Como está a sua adaptação ao carro e a este tipo de corrida? Qual a parte mais difícil desse processo?
Com certeza a parte mais difícil é da corrida mesmo. É bem diferença porque sou ultrapassado por carros mais rápidos [de outras classes]. Tem que ficar de olho no espelho para não perder muito tempo e não se envolver em acidentes. A diferença entre os protótipos e a gente é muito grande, então, às vezes você está no meio de uma curva e o cara de passa por fora, por dentro na freada. Tem que ficar muito atento para não acabar com a sua corrida e do outro carro também. À noite é muito difícil saber quem está atrás de você. Em Sebring foi pior porque tinham outras categorias misturadas e alguns carros tinham desempenho pior que o nosso, mas eram rápidos de reta. Outros carros eram mais rápidos que nós, mas os pilotos não eram muito bons. Agora no WEC e nas 24 horas de Le Mans acho que vai ser mais tranquilo para aprender e conhecer os outros carros. Conhecer o carro é um processo que sempre leva algum tempo. O carro é muito mais lento e tem muito menos aderência que um F1. Isso são coisas que você tem que adaptar o seu cérebro, pois se você atacar a curva com a mesma vontade que na F1, vai dar problema. Tenho muito o que aprender, mas, por enquanto, as coisas têm caminhado bem.
E a categoria como geral? Ela está e tornando uma alternativa importante para pilotos que saíram ou ainda tentam uma vaga na F1. Como você está vendo o crescimento do WEC?
É uma categoria que está ficando muito forte. Os fabricantes estão investindo muito, não só nos protótipos, mas também nos GTs. Todos os pilotos estão vendo que é uma categoria com prestígio, força. A questão é que a F1 todo mundo conhece. Mas a cultura do endurance existe nas pessoas e os pilotos estão percebendo isso. E no final das contas, o automobilismo sempre teve esses dois lados. Nos anos 50, 60 e 70, muitos pilotos de F1 corriam também no endurance e na F2. E conforme a F1 foi ficando mais específica, isso foi alienando os pilotos da F1 dessas outras categorias. Hoje em dia, os pilotos estão querendo variar de novo e essas categorias estão e tornando opções viáveis novamente à F1.
Fonte: Tazio

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Beijinhos,
Ana


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