Experiências levam ao Amadurecimento

 Fonte: Tazio

Depois de fazer uma temporada completa na F1 em 2010 com a Hispania, equipe mais fraca do grid, Bruno Senna passou a primeira metade de 2011 cumprindo o papel de reserva da Lotus Renault.
Seu nome chegou até a ser cogitado para a função de titular quando Robert Kubica sofreu um grave acidente durante o Rali de Andora e uma das vagas se abriu. Mas, à época, a equipe preferiu a segurança da experiência de Nick Heidfeld.
Os resultados entregues pelo alemão não foram tão entusiasmantes, exceto um pódio na Malásia. Além disso, a Renault começou a enfrentar dificuldades financeiras. Foi então que Senna angariou alguns patrocínios brasileiros e conseguiu assegurar uma posição de titular a partir do GP da Bélgica, em contrato até o fim da temporada.
Em oito provas, Bruno conseguiu se classificar entre os dez primeiros em quatro. Seus pontos altos foram o sétimo lugar no grid em Spa, em um treino classificatório atribulado, devido às mudanças constantes das condições da pista, os dois pontos marcados com um nono lugar em Monza e o nono lugar no grid para o GP do Brasil, onde a Renault não vinha apresentando bom desempenho.
Em contrapartida, a passagem de Senna também ficou marcada pelas dificuldades em largar bem e pelo envolvimento do brasileiro em alguns incidentes, como na largada do GP da Bélgica e o toque com Michael Schumacher durante o GP do Brasil.
Finda a temporada, Senna fez uma avaliação de suas conquistas e elogiou a própria performance, mas também se mostrou crítico com relação aos erros.
"É difícil dizer [que nota eu dou à minha temporada]. Eu sou muito autocrítico, me critico muito quando erro e eu errei algumas vezes nessas provas, por isso não posso me dar nota dez", afirmou. "Mas, pela performance que eu tive, eu me dou uma nota boa", acrescentou.
Ainda sem lugar garantido para o próximo ano, Senna tenta lutar pelo cockpit restante na própria Lotus Renault, que se chamará apenas Lotus em 2012, já que a primeira vaga já tem dono: o campeão de 2007 da F1, Kimi Raikkonen.
"Espero que as pessoas que tomam as decisões para o ano que vem concordem com a minha perspectiva", disse.
Questionado sobre que mudanças a experiência dessa segunda metade de ano trouxe para sua carreira, Bruno respondeu que se sente muito mais "maduro". "Mudou muita coisa. Eu estava extremamente enferrujado até o meio do campeonato. Todos os testes me ensinaram muitas coisas sobre uma equipe grande da F1", relatou.
"Acho que eu saio de 2011 muito mais maduro e muito mais crescido. Espero que, no ano que vem, eu consiga voltar a mostrar o mesmo nível de performance da GP2, onde eu apresentava sempre 97% ou 100% [do que o carro permitia], e, depois disso, crescer mais e melhorar bastante", contou.
Para Senna, a atuação no sábado passado em Interlagos também pode ajudá-lo a garantir sua permanência na F1. Apesar da corrida conturbada - além do acidente com o Schumacher e a consequente punição e quebra da asa dianteira, Senna também sofreu com problemas de câmbio -, o brasileiro acredita que a passagem para o Q3 merece destaque positivo. "Foi importante mostrar que eu tenho um bom ritmo de classificação, às vezes até consiguindo transcender aquilo que seria a colocação normal do carro", completou