quarta-feira, 26 de junho de 2013

Bruno Senna: ‘Tive de acalmar minha família’

Piloto conta que falou com os familiares antes de seguir na prova em que um de seus colegas morreu
 Por: José Eduardo Martins  
Bruno Senna viu um dos companheiros de equipe, Allan Simonsen morrer em acidente
Acostumado a acelerar nas principais pistas do mundo, Bruno Senna teve um fim de semana diferente. Ele disputou a corrida mais “difícil da vida”, segundo palavras dele mesmo. Além de superar os problemas de encarar as exaustivas 24 Horas de Le Mans, viu o companheiro de equipe Allan Simonsen morrer em um acidente.

Mesmo assim, continuou a prova, na tentativa de ganhar e homenagear o colega. Não antes de ter  conversas pelo telefone com familiares, preocupados com a segurança na pista.
Mas um novo acidente, com o francês e companheiro Fred Makowiecki,  acabou com o sonho da vitória. A seguir, o brasileiro conta o drama ao DIÁRIO.

“Vimos a pancada pela câmera ’on board’ de um carro. Ele bateu com muita força, lateralmente, do lado dele. Aquela curva é feita em quarta marcha. Foi triste demais”, relatou Bruno Senna ao DIÁRIO

DIÁRIO_ Você acabou tendo uma prova conturbada em Le Mans. Precisou se superar? Como foi essa experiência?
BRUNO SENNA_
Foi, com certeza, a corrida mais difícil que já fiz na vida, com as condições sempre mudando. A competição estava muito forte, tanto dos Porsches quanto do Aston Martin número 97 (outro adversário). Durante os meus turnos, foquei em perder o menor tempo possível com tráfego e em completar voltas rápidas e consistentes, sem tentar fazer uma volta mais veloz do que o potencial do carro. Isso ajudou com a vida dos pneus, já que o ritmo era muito bom. Tive de ultrapassar tanto o Aston Martin 97 quanto o Porsche na pista, o que foi muito gratificante.

Como era o seu relacionamento com o Allan Simonsen? Quais as principais lembranças que você tem dele?Eu conheci o Allan durante a apresentação da equipe, em Londres, no começo do ano. Desde o início da temporada, me encontrava com ele durante os fins de semana de corrida. Ele sempre foi muito amigável. Durante a semana passada, em Le Mans, conversamos algumas vezes sobre coisas de fora do automobilismo e sobre a família dele. É muito triste vê-lo deixar uma filha de 18 meses e a mulher. Desejo muita força para toda a família.

Em que você pensou para continuar na prova depois de saber da morte do Simonsen?Pensei em vencer a corrida para fazer uma homenagem ao Allan. Foi a primeira vez que um conhecido meu morreu na mesma corrida da qual eu estava participando. Não é fácil para a cabeça, não.

De alguma maneira, você se lembrou do seu tio Ayrton Senna por causa dessa tragédia com o Simonsen?Não, mas tive de conversar um pouco com a família para acalmá-la. Não queria que a minha mãe e as minhas irmãs se preocupassem comigo.

Como está a expectativa para correr no Brasil este ano?Como vimos nas primeiras corridas do campeonato e durante as 24 Horas de Le Mans, o nosso carro está muito competitivo. Acredito ter boas chances de pódio ou até de vitória em São Paulo. Estou ansioso para a próxima corrida e para deixar Le Mans para trás. 

A experiência até aqui no Mundial de Endurance superou as suas expectativas? Está mais satisfeito e bem adaptado do que esperava?
Com certeza. Liderar o campeonato desde o começo não era algo que eu tinha planejado, mas fico contente em estar me adaptando rapidamente à competição. A equipe e os meus companheiros são muito fortes e têm me ajudado a me adaptar mais rapidamente. Estou me sentindo cada vez mais à vontade na Aston Martin Racing, com certeza.

Fonte: redebomdia

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