Começam nesta quinta-feira (14) os treinos oficiais para a 61ª edição das 12 Horas de Sebring, ano que marca o fim de uma era na tradicionalíssima prova norte-americana. Parte do calendário da American Le Mans Series, a prova passará por uma mudança no regulamento em 2014, quando ocorrerá a fusão da ALMS com a Grand-Am. Com isso, os protótipos de Le Mans fazem sua despedida do circuito construído em meio a uma base aérea no meio da Flórida.
Ao contrário do que aconteceu em 2012, as 12 Horas de Sebring não contarão pontos para o Mundial de Endurance da FIA. No ano passado, com um total de 64 inscritos, a organização do WEC considerou que a estrutura do circuito não foi capaz de comportar tranquilamente todas as equipes – o que foi rebatido pelos representantes de Sebring quando o calendário de 2013 foi divulgado.
Mesmo assim, a Audi, campeã de pilotos e de montadoras da primeira temporada do WEC, decidiu viajar aos Estados Unidos para se despedir da prova que venceu dez vezes nos últimos 13 anos. Caso triunfe mais uma vez neste sábado, o time de Ingolstadt se aproximará da Ferrari, que tem 12 vitórias em Sebring – difícil será alcançar a Porsche e suas 18 conquistas.
E, pela primeira vez, um piloto brasileiro pode comemorar a vitória entre os lagos Jackson e Istokpoga. Lucas Di Grassi chega aos pântanos da Flórida com boas chances. Debutando como piloto oficial da Audi, após ser aprovado na experiência pela qual passou nas 6 Horas de São Paulo do ano passado, o paulista correrá ao lado dos atuais vencedores, Tom Kristensen e Allan McNish. Kristensen, aliás, é o piloto mais vitorioso de Sebring – o dinamarquês subiu ao alto do pódio seis vezes. A principal oposição virá de um carro idêntico: o outro R18 e-tron quattro levado para os EUA será conduzido pelos campeões mundiais Benoît Tréluyer e Marcel Fässler, que terão a companhia de Oliver Jarvis.
A prova também será importante para o Brasil por outro motivo: a estreia de Bruno Senna na Aston Martin, na categoria GT. Sem vaga na F1, Senna mudou o rumo da carreira para se dedicar às corridas de longa duração. Neste primeiro desafio, seu companheiro de equipe será o francês Frédéric Mackowiecki.
O terceiro brasileiro inscrito é o mineiro Bruno Junqueira, da RSR Racing, que disputará a vitória na categoria PC, com chassi e motor fabricados pela Oreca.
As categorias
Ao todo, 42 duplas ou trios vão disputar as 12 Horas de Sebring, divididos entre cinco categorias: P1 (identificada por números na cor vermelha), P2 (azul), PC (lilás), GT (verde) e GTC (laranja).
As classes P1 e P2 são similares às que são chamadas de LMP1 e LMP2 no WEC. Na principal, os protótipos produzem entre 475 e 575 cavalos de potência e peso mínimo de 900 kg. Na P2, a potência é inferior, entre 450 e 500 cavalos. Há, ainda, uma terceira divisão de protótipos, a PC, que usa chassis Oreca e tem motores com potência de 430 hp.
A categoria GT tem carros esportivos das principais montadoras do segmento do planeta, como Aston Martin, BMW, Corvette, Ferrari, Lotus e Porsche, dentre outras. O peso mínimo dos carros é de 1245 kg e a potência gira em torno de 450 e 500 cavalos. Por fim, a GTC é aberta somente para carros da Porsche, modelo 911 GT3.
História
Disputada pela primeira vez em 1950, num circuito montado em uma antiga base militar construída para a Segunda Guerra Mundial, as 12 Horas de Sebring chegaram a sua 60ª edição no ano passado, abrindo a temporada do WEC. Prova de longa duração mais tradicional dos Estados Unidos, ela tem em como vencedores grandes nomes do automobilismo mundial.
Entre eles estão Juan Manuel Fangio, Mike Hawthorn, John Surtees, Phil Hill e Mario Andretti, para citar apenas campeões da F1. Lenda do esporte a motor, Fangio venceu duas vezes, em 1956 e 1967, primeiro, de Ferrari, depois, de Maserati. Foi com essas mesmas marcas que o argentino conquistou o tetra e o pentacampeonato da F1. Por incrível que pareça, ele não é o único Juan Manuel Fangio que comemorou em Sebring: nos anos de 1992 e 1993, seu sobrinho, Juan Manuel Fangio II igualou o feito.
Os ingleses Hawthorn e Surtees venceram em 1955 e 1963, respectivamente, e os dois norte-americanos, por sua vez, têm três vitórias cada. Hill triunfou em 1958, 1959 e 1961 (ano de seu título mundial). Já Andretti se destacou na pista da Flórida antes de brilhar nas pistas europeias: 1967, 1970 e 1972.
Além deles, a lista de vencedores das 12 Horas ainda tem outros nomes famosos da F1: Stirling Moss (1954), Dan Gurney (1959), Bruce McLaren (1967), Jacky Ickx (1969 e 1972), Stefan Johansson (1984 e 1997), Michele Alboreto (2001), Johnny Herbert (2002), Alexander Wurz (2010) e Olivier Panis (2011).
Com relação aos carros, duas marcas estabeleceram grandes dinastias: a Porsche, maior vencedora, que chegou a triunfar 13 vezes seguidas entre 1976 e 1988, e a Audi, que venceu dez das últimas 13 disputas, sendo oito consecutivas.
Apenas oito montadoras venceram mais de uma vez nas 12 Horas de Sebring (na classificação geral): as já citadas Porsche, Audi e Ferrari, Nissan (4 vitórias), Ford (3), BMW, Toyota e Peugeot (2). A lista de campeãs ainda conta com Riley & Scott, Chaparral, Maserati, OSCA, Cunningham e Frazer Nash.
Programação
Testes estão acontecendo desde o começo da semana, mas os treinos livres oficiais começam às 11h45 (de Brasília) desta quinta. Outras duas sessões terão início às 16h15 e às 21h, na ordem. Um quarto treino livre acontece na sexta-feira, às 10h20. A definição do grid de largada começa pouco depois, às 14h15. No sábado, a bandeira verde será agitada às 11h45 para as 12 horas de corrida.
Fonte: Grande Prêmio
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Beijinhos,
Ana
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