terça-feira, 3 de julho de 2012

Bruno mostra a garagem da Williams


Bruno Senna na garagem da Williams, em Valência No último sábado, depois do treino classificatório em Valência, Bruno Senna levou o Acelerando para uma visita à garagem da Williams. A área destinada aos boxes no circuito de rua espanhol entra no grupo das mais espaçosas do ano. Começamos pela área aberta da garagem.

A primeira coisa que avistamos foi o carro de Bruno conectado a um cabo que subia pelo teto da garagem: "Os carros de F1 não têm motor de partida e não recarregam a bateria enquanto o carro está ligado, tudo para economiza potência. Por isso, a gente usa este cabo para carregar a bateria", explica o piloto da Williams.

O mesmo cabo (do cockpit ao teto, é possível identificá-lo na foto abaixo) ainda acumula a função de passar os dados do carro para os computadores dos engenheiros: "Eles fazem o download de toda a telemetria e os engenheiros podem mexer no software do carro também".

A estrutura à disposição de um carro é a mesma à disposição do outro -- no caso da Williams, falamos dos FW34 de Bruno e Pastor Maldonado. O espaço entre um carro e outro, no meio da garagem, é o onde costuma ficar a bomba de combustível durante os treinos e antes das provas. Quando não há sessão em andamento, a carenagem dos carros é geralmente retirada e colocada na frente da garagem, onde são feitos os pitstops durante as corridas, para não atrapalhar a circulação e também permitir que fãs e convidados tirem fotos diante de pelo menos esta parte dos carros enquanto a equipe trabalha no resto.

A foto principal que ilustra este post (acima, à esquerda) mostra Bruno diante do canto do engenheiro-chefe. É uma bancada com computador e também entradas para fones de ouvido que se conectam ao sistema de rádio da equipe. Bruno explica que, naquele computador, chegam informações e também ordens como encher o pneu, trocar a asa, etc. Ao lado, fica guardado o tablet do piloto: "Quando estamos no carro dentro da garagem, é por este tablet que nós vemos as informações da nossa telemetria e dos outros pilotos, para sabermos onde temos que melhorar, o que temos que fazer de diferente".

Atrás do carro, fica um gaveteiro com as ferramentas dos mecânicos. Quando se dirigia ao fundo da garagem para mostrar esta parte, Bruno deu de cara com Teo Santos, mecânico brasileiro da Williams, e passou a bola para ele.

 
 
Teo é o mecânico responsável pela parte da frente do carro de Bruno, e conta o que é que fica escondido ali no fundo: "Tem nossas ferramentas, as pistolas para tirar as rodas, nossa confusão toda! Por isso é que tem essa parte levantadinha, aqui! É para esconder", ri. Apesar de Teo ter falado em tom de brincadeira, é verdade que todo o design dos boxes e garagem é feito de modo a passar o ar de maior limpeza e organização possível. Mecânicos estão sempre limpando os carros e a área, e tratando de organizar as ferramentas de modo a evitar o "ar de bagunça".

Do lado direito do gaveteiro dos mecânicos fica mais uma bancada com um laptop, esta, ocupada pelos engenheiros de motor -- no caso da Williams, motores Renault: "Quando ligamos o carro, através deste mesmo umbilical [nome do cabo que fica conectado ao carro enquanto parado na garagem], eles dão um comando no computador que acelera o motor e eles podem testar a pressão do óleo, etc. Quando eles veem que está tudo certo, tiram o cabo, tampam a entrada do conector e o carro está pronto para deixar a garagem", diz Bruno.

Atrás da parte onde ficam os carros, há uma série de outras salas. No entanto, é proibido tirar fotos ou fazer imagens. A sala dos motores é onde ficam os engenheiros da Renault, trabalhando em conjunto com os da equipe na análise dos equipamentos. Há ainda um canto onde ficam os rádios da equipe e uma sala com 24 monitores de computador, dois que mostram as imagens da pista e dois com o "live timing" (os tempos ao vivo) das atividades: "Aqui, ficam os engenheiros operacionais, o pessoal de IT [Tecnologia da Informação], também é analisada telemetria dentre várias outras coisas. E aqueles são os servidores, que pegaram fogo no incêndio em Barcelona".

Passando pelo corredor que leva ao paddock, há o espaço onde ficam as caixas de câmbio, todas cobertas com panos pretos -- num final de semana normal, Bruno usa quatro caixas entre os três treinos livres, o classificatório e a corrida. Do outro lado, um espaço com os tubos que são conectados ao escapamento para levar a fumaça para fora quando o carro é ligado dentro da garagem, a sala dos mecânicos com produtos para limpar o carro e outras coisas que não precisam ficar tão à mão, e também a sala onde ficam as bombas e os tonéis de combustível.
Numa outra sala menor, o espaço é dividido entre asas traseiras, assoalhos extra e seis monitores de TV: "É aqui que Frank Williams assiste à corrida", revela Bruno.

A sala do KERS (Sistema de Reaproveitamento de Energia Cinética) á a única que está fechada. Uma porta gradeada tem ao lado sinais que alertam para o perigo de morte. O dispositivo do KERS é carregado de energia elétrica -- por isso, o risco de choque é alto: "Isso é pra te lembrar que esporte a motor é perigoso", diz Bruno, se referindo a uma frase que a Federação Internacional de Automobilismo coloca até nas credenciais de imprensa ("motorsport is dangerous").

A visita vai acabando, mas não sem que antes Bruno aponte uma outra área: "Esta aqui é a melhor, é o canto da comidinha. Tem até Guaraná desta vez!", brinca o piloto.
Atrás da garagem, mais asas, desta vez dianteiras, todos os pneus utilizados pela equipe e dois caminhões, um dos engenheiros e outro com peças, que é o mesmo em que os carros são acomodados para as viagens da equipe entre um GP europeu e outro.
Foram quase 30 minutos de visita por dentro das áreas mais reservadas da equipe. E, no Acelerando, os segredos foram revelados (e explicados) por Bruno Senna.

Fonte: Tazio

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Bjinhos,
Ana

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