terça-feira, 3 de julho de 2012

No cockpit, quase tudo é personalizado

A exigência física e mental de pilotar um monoposto em velocidadas que chegam a 300km/h é enorme. Reduzir o desgaste dos pilotos em ambos os aspectos é uma maneira de tentar maximizar a performance, e é por isso que, no cockpit, praticamente tudo é personalizado para o piloto que vai ocupá-lo.

Ao Acelerando, Bruno explicou como funciona: "O interior do carro é feito totalmente pra você. Dentro das dimensões da regra, você pode fazer o que quiser. Coloca o volante na altura que quiser, mais pra frente, pra trás, a distância dos pedais, até o tamanho deles. No volante, você pode mudar até o grip, dentre outras coisas".

Bruno revela que uma das "personalizações" feitas por ele foi colocar espuma na lateral do cockpit, na altura dos cotovelos: "É pra não ralar o cotovelo no carro. Outro dia, eu bati e, se não tivesse a espuminha, com certeza meu cotovelo ia ficar todo roxo".

O piloto da Williams também contou como é feito o molde do banco, numa espécie de maquete do carro que é construída nas mesmas dimensões que o carro terá, e que também é usada para estudar como serão alocados os sistemas do carro antes que o de verdade seja montado. É um "pré-carro", diz Bruno.

"Eles colocam um saco plástico enorme dentro do carro, que é preso na área do cockpit. Jogam ali uma mistura de dois líquidos que vão reagir e expandir. Você se senta em cima desse saco na posição em que vai ficar usando alguns pontos de referência. Aí, ele se molda exatamente no seu corpo", conta.

Bruno esclarece a justificativa para o alto grau de personalização no caso do banco: "Às vezes, você tem um lado das costas que é um pouco diferente do outro... Todo mundo é assim, na verdade. Tanto que, quando você se senta no banco de outra pessoa, nunca se encaixa direito".

Há pelo menos dois exemplos de coisas que Bruno Senna já teve que mudar no cockpit nesta temporada. Uma é o pedal de freio: "Em Jerez, precisei mudar a posição, colocar um pouco para trás. Porque geralmente os pedais são feitos levando em conta sapatilhas com o calcanhar diferente; não é bem um salto, mas é mais alto. A minha não tem essa parte, é mais plana, porque eu sou mais alto. Só que, se tem o salto, seu pé fica mais inclinado eo meu estava bem embaixo, dava cãibra na sola do pé. Demorou um tempão até eles conseguirem fazer um pedal para mim, mas deu certo".

A outra mudança foi no banco. Bruno explica: "Depois de Barcelona, refiz a parte de cima do meu banco porque estava ficando com um calo ósseo aqui, olha [mostra o ombro esquerdo]. Isso é porque o corpo reage. Se o banco fica batendo, o corpo faz essa proteção. Só que não é uma proteção muito boa porque bate acaba batendo ainda mais". O banco que Bruno tem usado desde então é provisório e pesa quase o dobro do banco de Pastor Maldonado, seu companheiro na Williams, mas Bruno entende que este é o procedimento a ser adotado: "Não dá pra gastar dinheiro do time com um banco novo sem testar antes, que é o que eu estou fazendo".

Nesta semana, Bruno Senna viaja para Silverstone, onde acontece a nona etapa do campeonato de F1. É o GP "de casa" para a Williams, equipe britânica com sede em Grove.

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Bjinhos,
Ana

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