Esquentando motores para a etapa brasileira
do Mundial de Endurance, bicampeão mundial puxa fila com carro que foi
guiado por Roberto Carlos
Acostumada a receber diversos eventos e também manifestações de todos
os tipos, a principal avenida da capital paulista teve visitantes
inusitados nesta quarta-feira. Roncando alto seus motores, os carros que
competem no Mundial de Endurance – incluindo as lendárias 24 Horas de
Le Mans – fizeram uma carreata em meio aos carros de passeio,
surpreendendo quem se deslocava pala Avenida Paulista. Com a
participação de Bruno Senna e Nicolas Prost, respectivamente sobrinho de
Ayrton Senna e filho de Alain Prost, a fila foi puxada por ninguém
menos que o bicampeão mundial de Fórmula 1 Emerson Fittipaldi. E com
estilo: no mesmo carro guiado por Roberto Carlos no último fim de semana numa gravação para o Fantástico. Ao voltante, Fittipaldi fez uma manobra radical quando retornou para tomar o sentido contrário da avenida.
- Foi espetacular. O símbolo de São Paulo é a Avenida Paulista, e pela
primeira vez na história tivemos carros de corrida andando aqui. Um
evento muito bacana, com os carros de Le Mans, o público adorou. Na
virada da FIESP, tive que derrapar as rodas e deixei as marcas dos pneus
no asfalto. Nós queremos popularizar os carros de Le Mans, trazer uma
geração nova e criar essa paixão – disse Fittipaldi.
Emerson é o promotor da etapa brasileira do Mundial, as 6 Horas de São
Paulo. A corrida será disputada neste domingo em Interlagos, com largada
prevista para o meio-dia e chegada às 18h. Um dos participantes da
carreata, Nicolas Prost, filho do tetracampeão de F-1 Alain Prost, se
divertiu com o passeio. E confessou ser fã de Fittipaldi desde criança.
- Eu já fiz exibições em outras ocasiões, mas acho que nunca numa
cidade tão grande como São Paulo. Gosto muito do Brasil, vim aqui pela
primeira vez para assistir ao meu pai correr, e percebi que o povo
brasileiro gosta muito de corridas. É bacana, gosto muito de correr
aqui. Todos se lembram dos grandes duelos entre o Ayrton e meu pai.
Estar aqui com o Bruno é muito legal, e adoro o Emerson. Esta ideia dele
de levar os carros para as ruas é ótima para fazer as pessoas
conhecerem mais o nosso campeonato – destaca Nicolas, que compete na P2,
uma das duas categorias de protótipos.
Disputando a classe GTE Pro, uma das duas que competem com carros
esportivos de série, Bruno acelerou seu Aston Martin pela Avenida
Paulista, antes de ficar praticamente meia hora distribuindo autógrafos e
tirando fotos com fãs no vão do MASP, o Museu de Arte de São Paulo. Ele
também brincou com o amigo Nicolas, lembrando que o “fator casa” também
conta nestas horas.
.
- A gente não está na mesma categoria, então não dá para competir
diretamente, mas é legal estar na mesma pista, porque reaviva várias
memórias. O carro dele anda mais, mas aqui na Paulista eu sou local! Foi
superemocionante ver o pessoal curtindo. Tinha bastante gente na rua
olhando, escutando o barulho do motor. Não dá para acreditar! Andar com
um carro de corrida na Avenida Paulista! – disse Bruno Senna.

Outro que se divertiu com a oportunidade de guiar um carro de corrida
em um dos principais cartões postais de São Paulo foi Fernando Rees. O
brasileiro, que compete na classe GTE Am com um Corvette, viu seu carro
ser atendido às pressas pelos mecânicos ao fim da volta, devido a um
superaquecimento do motor, acostumado a andar acima dos 250 km/h. Mas
curtiu a visita diferente ao MASP, que frequenta em seus momentos de
lazer, ponto de partida para a aventura urbana.
- Já vim ao MASP para passear, para fazer alguma foto legal para o
Instagram, mas nada tão legal quanto isso aqui que fizemos hoje. Ano
passado a corrida já foi um evento muito legal, e esse contato com a
galera deixa a gente muito animado. Andar na principal avenida da
cidade, fazendo barulho com esse motor, foi demais! – afirmou Rees.
Perguntado se lembrava qual havia sido a última vez que guiou um carro
de corrida fora de um autódromo no Brasil, Emerson teve que puxar fundo
na memória. Apesar de não estar inscrito na prova de domingo, o
protótipo nacional conduzido por Emerson diante dos incrédulos pedestres
e motoristas foi o mesmo que deu ao Rei Roberto Carlos o gostinho de
andar em alta velocidade no circuito paulistano.
- Para mim foi especial quando o Roberto andou comigo, foi muita
emoção. Um dia memorável na minha história, sem dúvida. E a última vez
que eu andei com um carro de corrida na rua aqui no Brasil foi em 1968,
nas 12 Horas de Porto Alegre. Eu corri junto com o meu irmão Wilsinho, e
nós ganhamos! Mas hoje não foi corrida, foi só demonstração! – salienta
o bicampeão mundial de F-1 e duas vezes vencedor das 500 Milhas de
Indianápolis.
Fotos: Alexander Grünwald
Fonte: Globo Esporte
Beijokas
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