sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Senna e Rees explicam que negociar ultrapassagens vale mais do que voltas rápidas na categoria GTE

Provas do Mundial de Endurance reúnem quatro categorias em um só grid, cada uma com uma dinâmica bem peculiar. Brasileiros das 6 Horas de São Paulo explicam as preocupações que têm quando correm nas classes GTE Pro e GTE Am, as duas mais lentas do WEC.


Para quem não acompanha tão de perto o endurance, acaba sendo um pouco complicado entender a dinâmica das corridas da categoria. Afinal, no grid do WEC, quatro categorias largam juntas em cada uma das etapas: LMP1, LMP2, GTE Pro e GTE Am.


Naturalmente, quem anda na frente chama mais a atenção: os protótipos híbridos de Audi e Toyota. Foram essas duas montadoras as vencedoras de todas as etapas disputadas na história do recriado Mundial de Endurance, que estreou no ano passado.

Mas, nas 6 Horas de São Paulo, a categoria LMP1, a principal, terá somente quatro dos 28 conjuntos inscritos. Além dos dois protótipos da Audi e do da Toyota, há um carro da Rebellion. Ou seja: a briga das outras classes promete ser mais intensa e agitada.

Os dois pilotos que correm em casa neste fim de semana estão nas classes GTE Pro e GTE Am, respectivamente: Bruno Senna e Fernando Rees.

Ao GRANDE PRÊMIO, a dupla explicou a dinâmica das disputas em que se envolvem durante as provas, onde um dos fatores principais é o modo como abrem caminho para os carros mais rápidos. “É mais importante negociar bem as ultrapassagens do e te deixar passarem no momento certo do que fazer uma volta rápida”, falou Rees.
Piloto do Corvette da equipe francesa Larbre, Rees deu como exemplo os momentos finais das 6 Horas de Silverstone. Ele terminou a etapa de abertura da temporada 2013 na segunda posição na classe GTE Am depois de, nas voltas finais, ultrapassar a Ferrari do português Rui Águas.


“Eu estava a uns 10s atrás nos últimos 15 minutos. Foi pauleira, correndo atrás dele, mas com os líderes da P1 e da P2 disputando a vitória. Esses caras estavam chegando em mim, eu tinha que deixar os caras passar, mas eu não podia tirar o pé porque estou no limite para pegar o cara da minha categoria. Perdi 1s, 1s5 numa volta, o cara perdeu 3s. Foi assim que cheguei, não conseguiria com pista limpa”, falou.

Ao mesmo tempo em que tentava alcançar Águas, precisou conter a pressão de outra Ferrari, que estava voltas atrás, mas que, com pneus novos, fazia o jogo de equipe e tentava impedi-lo de buscar a segunda posição. “É uma dinâmica que nem sempre aparece na transmissão da TV porque tem tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo que é difícil acompanhar tudo”, contou.

Senna disse que “não é fácil estar com os outros carros na pista, com velocidades e performances diferentes”. O piloto da Aston Martin alertou que, além de precisar pensar nos melhores lugares para permitir uma ultrapassagem de um adversário, é preciso tomar cuidado para não bater com os protótipos. “É muito fácil. Você está pensando em outra coisa, entra na curva e o protótipo já está lá dentro”, comentou.

Senna, contudo, vê a classe GTE Pro mais competitiva do que a LMP1. “Audi e Toyota são os únicos carros que estão mais para a frente. [A GTE Pro] é forte. A competição está muito acirrada, os carros estão muito próximos”, afirmou.
Durante a prova, eles também não sabem o que se passam nas outras categorias. “O pessoal, pelo rádio, avisa: ‘O Audi está vindo e disputando com a Toyota, está feroz o negócio’. Você sabe que duas ou três curvas depois eles vão pintar no retrovisor e é bom tomar cuidado”, disse Fernando. “Você sabe o que aconteceu com os protótipos depois que acabou a sua corrida só”, acrescentou Bruno.


Com relação ao envolvimento com o público, as equipes que andam no fim do grid também contam com torcidas. Na Inglaterra, por exemplo, a Aston Martin é uma das mais procuradas pelos fãs. Já nos Estados Unidos, a Corvette é uma das atrações.

“Em Sebring, no ano passado, tinha um monte de cara com tatuagem da Corvette, coisa de maluco, americano fanático. O cara não sabia quem eu era, nada disso, mas queria tirar foto do carro. Acho muito legal esse tipo de coisa. É parte desse campeonato, dessa ideia de Le Mans, e é perfeito para quem gosta de corrida”, contou.

As atividades de pista das 6 Horas de São Paulo têm início nesta sexta-feira, em Interlagos, com os primeiros treinos livres. A corrida terá largada às 12h (de Brasília) de domingo (1).

Senna vai dividir o Aston Martin #99 com o inglês Rob Bell. Rees compartilhará o Corvette com os franceses Patrick Bornhauser e Julien Canal.

Fonte: Grande Prêmio

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Beijinhos,
Ana

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