quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Com ida de Bruno ao Mundial de Endurance, dinastia Senna na F1 se encerra depois de 29 anos


Após 29 anos, a família Senna se despede da F1. Depois de ser dispensado pela Williams, Bruno anunciou nesta terça-feira (5) que vai disputar o Mundial de Endurance (WEC) pela Aston Martin, ao dar por encerradas as negociações com Lotus, Caterham e Force India. Com isso, num futuro imediato, praticamente não há mais chances de o sobrenome mais famoso da história do automobilismo brasileiro retornar ao principal campeonato do mundo.
Nesta terça, Bruno escreveu as linhas finais do último capítulo de uma história iniciada em 1984, quando o tio Ayrton assinou com a Toleman após o título da F3 Inglesa. O lendário piloto ainda passaria por Lotus, McLaren e Williams, venceria 41 corridas e três campeonatos antes de morrer dez anos e três corridas depois em um violento acidente no GP de San Marino.
Naquela época, aos dez anos de idade, Bruno queria ser piloto. Mas a morte do tio e a perda do pai, quase que em seguida, fizeram com que o garoto fosse obrigado a engolir o desejo esportivo.
Depois disso, o tempo passou, e o garoto Bruno se tornou um homem. Com 20 anos, ele participou de uma série de homenagens ao tio, que completava, em 2004, dez anos de morte. Esse novo contato com o mundo da F1 foi o suficiente para que o luto do brasileiro terminasse após uma década, e ele resolvesse retornar ao esporte a motor.
Mesmo com a família relutante, a estreia de Senna aconteceu na F-BMW Inglesa, no fim de 2004. Em poucas corridas, o brasileiro somou apenas seis pontos, mas decidiu que estava na hora de tentar carros rápidos. Nas duas temporadas seguintes, esteve na F3 Inglesa, onde não conseguiu repetir o título do tio na categoria. No entanto, teve bons resultados, venceu cinco corridas e fechou o ano de 2006 na terceira colocação. O piloto ainda foi convidado a participar de algumas corridas da F3 Australiana, onde se sagrou campeão de um torneio de exibição que antecedia a etapa da F1 em Melbourne.
O próximo passo na carreira foi a GP2, onde ficou por duas temporadas. O rendimento do brasileiro aumentou ainda mais, com três vitórias e o vice-campeonato em 2008. Nessa época, o interesse pelo garoto começou a aumentar, principalmente pelos antigos torcedores de Ayrton. Em uma das corridas em Mônaco, Bruno venceu de forma dominante debaixo de chuva, o que deu a muita gente uma esperança de que ele poderia repetir o desempenho do tio, também conhecido como mestre do Principado.
O problema é que Bruno nunca foi Ayrton. E a própria chegada à F1 demorou a acontecer. Enquanto o tricampeão pulou da F3 Inglesa direto para a categoria principal, o sobrinho encontrou um certame saturado de pilotos e foi obrigado a tirar 2009 como um ano praticamente sabático ao ver as negociações com a Honda não darem certo. Com o vice da GP2, o brasileiro havia iniciado negociações com a montadora nipônica, tendo inclusive participado de um treino. No entanto, com o fim da equipe e o surgimento da Brawn, Rubens Barrichello acabou mantido na vaga.
Os problemas de Bruno continuaram no ano seguinte. Com a expansão das equipes na F1, o piloto fechou com a estreante Campos, apostando na boa estrutura do time espanhol. Porém, a escuderia fechou as portas antes mesmo de o campeonato começar e só conseguiu ir à pista graças à compra da estrutura por Ramon Carabante, sócio do time, que o rebatizou como Hispania.
Depois de se arrastar pelas últimas posições do grid no ano de estreia, o piloto assinou com a Lotus Renault para ser reserva em 2011. Nesse momento, a sorte voltou ao caminho do brasileiro. O grave acidente de Robert Kubica e o fraco desempenho de Nick Heidfeld – o substituto do polonês – nas primeiras etapas fizeram com que a equipe britânica considerasse a chegada de Senna.
Mas a aventura só durou oito provas, e o brasileiro sofreu com um carro que praticamente não estava mais sendo desenvolvido. Para o ano de 2012, a Lotus optou por reformular o time, trazendo Kimi Räikkönen e Romain Grosjean. Bruno, por sua vez, foi obrigado e se mudar para Williams, onde assumiu a vaga de Barrichello.
O acerto com a equipe inglesa, porém, trazia uma armadilha. Por contrato, Senna foi obrigado a abrir mão de 75% dos treinos livres para que Valtteri Bottas treinasse. Após a temporada, o brasileiro afirmou que teve o desempenho prejudicado por causa da perda das atividades de pista, mas admitiu que não pensava que fosse fazer tanta diferença.
Na tentativa de permanecer na F1, Senna tinha um aporte financeiro considerável, avaliado em € 20 milhões (cerca de R$55 milhões). Apesar disso, optou por seguir um novo caminho na carreira, no WEC, onde quer brigar por vitórias.
Ao todo, a passagem de Bruno pela F1 durou apenas 46 corridas, sem vitórias ou pódios. O melhor resultado foi no GP da Malásia, de 2012, pela Williams, quando terminou na sexta colocação. O piloto ainda marcou a volta mais rápida do GP da Bélgica, mas encerrou aquela prova apenas em 12º.
Muito longe de repetir o desempenho do tio, Bruno ainda foi obrigado a conviver com as críticas de quem muito já torceu pela família Senna. O piloto foi acusado por torcedores mais exaltados, entre outras coisas, de não honrar o próprio sobrenome. Outros consideraram a passagem pela Williams como uma forma de a equipe inglesa pagar a dívida de 1994, quando Ayrton faleceu em dos seus carros.
Com a saída do piloto, vale um detalhe curioso. O último ano em que a F1 não teve um Senna, Piquet, Barrichello ou Fittipaldi foi na temporada de 1969, quando nenhuma das quatro famílias havia estreado no campeonato.
Fonte: Grande Prêmio

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Excelente texto do Felipe Giacomelli. Ele expõe, em resumo, a carreira do Bruno e o que ele passou para construí-la, mas de forma neutra, imparcial. Não defende, mas também não critica. Isso fica a cargo do leitor.
Beijinhos,
Ana



2 comentários:

Anônimo disse...

Gente calma , vcs estão falando como se o Bruno nunca mais fosse voltar para Formula 1.
Lembrem k o kimi raikkonen correu 2 anos no campeonato Mundial de Rally antes de voltar pra Formula 1 em 2012.Por tano a dimastia Senna não acabou e tenho certeza k vai retornar a Formula 1 com Bruno Senna no momento certo.

K EU ESPERO KE SEJÁ LOGO NO ANO K VEM ,kkk...

Ana Carolina disse...

Acredito que o Bruno vai voltar para a F1 sim, e muito em breve!!
Postei o texto porque achei a abordagem dele bacana. O autor foi imparcial ao falar do Bruno, não criticou nem elogiou, deixou isso a cargo do leitor. Não significa que eu concorde que a Dinastia Senna tenha acabado, muito pelo contrário. Acho que ela ainda nem recomeçou!

Beijinhos,
Ana