A passagem
de Bruno Senna pela Fórmula 1 acabou depois de 46 corridas. Neste ano, o
brasileiro vai disputar o Mundial de Endurance pela equipe oficial da Aston
Martin. Não é uma estação intermediária que deve lhe dar a chance de voltar ao
mundo dos grandes prêmios. O pessoal da F-1 nunca deu muita bola para pilotos
que correm em carros de turismo. Dá para concluir que ele inicia agora uma nova
fase de sua carreira.
Não há o que lamentar aqui. Bruno é um bom
piloto e vai correr num esquema profissional, recebendo por seu trabalho e
atuando num ambiente competitivo. Se no Brasil só existem olhos para a F-1,
existem pelo mundo várias categorias de prestígio. E alguns brasileiros ganham
bem para correr nela e são muito respeitados, como Augusto Farfus que corre na
DTM ou João Paulo de Oliveira que disputa o Gran Turismo no Japão. O Mundial de
Endurance tem no seu calendário simplesmente as 24 Horas de Le Mans e Bruno se
junta a Lucas di Grassi na busca pela primeira vitória de um brasileiro em uma
das corridas mais tradicionais do mundo.
Quanto a sua passagem pela Fórmula 1, também não
há o que lamentar. Talvez ele jamais tenha reunido as condições ideais para
correr: um 2010 na confusa equipe Hispânia, um 2011 entrando depois da metade
do ano na Lotus e um 2012 na Williams em que tinha de ceder seu cockpit no
primeiro treino livre para o piloto de testes em quase todas as corridas. Ainda
assim, o piloto teve três oportunidades dentro de uma categoria que costuma ser
impiedosa com quem não impressiona logo de cara. Não as aproveitou, mas não fez
feio também.
Agora vai poder brilhar numa área em que não
precisará mais carregar a mística que envolve o nome de sua família. Este é o
fato mais significativo desta mudança. Correndo com chances de vencer numa
categoria que não tem nada a ver com a F-1, o sobrinho de Ayrton Senna vai
poder, enfim, ser Bruno.
Fonte: Total Race
*****
Simplesmente perfeito o texto do Ico. O Bruno
pode não ter tido temporadas maravilhosas na F-1, mas também não fez feio. As
pessoas costumam criticá-lo, dizer que ele não serve para a categoria,
simplesmente porque tomam como base os resultados do Ayrton. Gente, quantas
vezes mais será necessário dizer que o Bruno não é o Ayrton, não tem obrigação
de ser como ele, de ter os mesmos resultados que ele?!? Bruno e Ayrton são
pessoas distintas, viveram épocas distintas da F-1, cada qual tem o seu nível
de talento. Se o Bruno não é tão talentoso quanto o tio, qual o problema?! Que
mal tem isso?! É errado, é feio, é falta de comprometimento do Bruno? Não.
Essa
comparação que é feita é ridícula e tola (desculpem usar estes termos, mas é
assim que penso), coloca um peso desnecessário nas costas do Bruno. Mas, como o
Ico falou, quem sabe agora que ele está indo para uma categoria na qual o tio
não correu - logo não tem como ser feitas comparações – as pessoas o deixem ser
o Bruno. O cara que pulou algumas etapas do automobilismo, que enfrentou o
trauma da família com relação às corridas para realizar o seu sonho, a sua
paixão que é correr.
Deixem o
Bruno ser o Bruno, e verão que talento ele tem, a gente só precisa prestar
atenção no Bruno Senna - o piloto da equipe Aston Martin -, e não no “Bruno que
deveria ser igual ao Ayrton, mas não é”. Vocês não vão se arrepender, eu
garanto!
Beijinhos,
Ana
Nenhum comentário:
Postar um comentário