sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

A chance de ser Bruno Senna


A passagem de Bruno Senna pela Fórmula 1 acabou depois de 46 corridas. Neste ano, o brasileiro vai disputar o Mundial de Endurance pela equipe oficial da Aston Martin. Não é uma estação intermediária que deve lhe dar a chance de voltar ao mundo dos grandes prêmios. O pessoal da F-1 nunca deu muita bola para pilotos que correm em carros de turismo. Dá para concluir que ele inicia agora uma nova fase de sua carreira.
Não há o que lamentar aqui. Bruno é um bom piloto e vai correr num esquema profissional, recebendo por seu trabalho e atuando num ambiente competitivo. Se no Brasil só existem olhos para a F-1, existem pelo mundo várias categorias de prestígio. E alguns brasileiros ganham bem para correr nela e são muito respeitados, como Augusto Farfus que corre na DTM ou João Paulo de Oliveira que disputa o Gran Turismo no Japão. O Mundial de Endurance tem no seu calendário simplesmente as 24 Horas de Le Mans e Bruno se junta a Lucas di Grassi na busca pela primeira vitória de um brasileiro em uma das corridas mais tradicionais do mundo.
Quanto a sua passagem pela Fórmula 1, também não há o que lamentar. Talvez ele jamais tenha reunido as condições ideais para correr: um 2010 na confusa equipe Hispânia, um 2011 entrando depois da metade do ano na Lotus e um 2012 na Williams em que tinha de ceder seu cockpit no primeiro treino livre para o piloto de testes em quase todas as corridas. Ainda assim, o piloto teve três oportunidades dentro de uma categoria que costuma ser impiedosa com quem não impressiona logo de cara. Não as aproveitou, mas não fez feio também.
Agora vai poder brilhar numa área em que não precisará mais carregar a mística que envolve o nome de sua família. Este é o fato mais significativo desta mudança. Correndo com chances de vencer numa categoria que não tem nada a ver com a F-1, o sobrinho de Ayrton Senna vai poder, enfim, ser Bruno.
Fonte: Total Race

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Simplesmente perfeito o texto do Ico. O Bruno pode não ter tido temporadas maravilhosas na F-1, mas também não fez feio. As pessoas costumam criticá-lo, dizer que ele não serve para a categoria, simplesmente porque tomam como base os resultados do Ayrton. Gente, quantas vezes mais será necessário dizer que o Bruno não é o Ayrton, não tem obrigação de ser como ele, de ter os mesmos resultados que ele?!? Bruno e Ayrton são pessoas distintas, viveram épocas distintas da F-1, cada qual tem o seu nível de talento. Se o Bruno não é tão talentoso quanto o tio, qual o problema?! Que mal tem isso?! É errado, é feio, é falta de comprometimento do Bruno? Não.
Essa comparação que é feita é ridícula e tola (desculpem usar estes termos, mas é assim que penso), coloca um peso desnecessário nas costas do Bruno. Mas, como o Ico falou, quem sabe agora que ele está indo para uma categoria na qual o tio não correu - logo não tem como ser feitas comparações – as pessoas o deixem ser o Bruno. O cara que pulou algumas etapas do automobilismo, que enfrentou o trauma da família com relação às corridas para realizar o seu sonho, a sua paixão que é correr.
Deixem o Bruno ser o Bruno, e verão que talento ele tem, a gente só precisa prestar atenção no Bruno Senna - o piloto da equipe Aston Martin -, e não no “Bruno que deveria ser igual ao Ayrton, mas não é”. Vocês não vão se arrepender, eu garanto!

Beijinhos,
Ana

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