sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Semana Bruno Senna 2015 - Dia 2: Bruno Senna, a História pelos Fãs por Ana Carolina




E dando sequência a Semana Bruno Senna 2015, deixo pra vocês o primeiro texto da série de textos que vão contar a carreira do Bruno pela visão dos fãs.
Este primeiro texto foi escrito por mim e é um dos que mais gosto. Então, sem mais delongas vamos à ele!! Aproveitem o nosso especial! =)



"Dois mil e doze foi um ano complicado pra mim. Estava feliz, claro, que toda aquela novela a respeito do futuro do Bruno na F1 tivesse tido fim, e da forma que esperava: com uma vaga, pra toda temporada, na Williams. Porém, junto com a felicidade, tinha tristeza, dúvida e, tudo por conta daquela famosa cláusula do contrato na qual o Bruno era obrigado a ceder o cockpit em 15, dos 20 FP1 da temporada, ao piloto reserva da equipe, Valteri Bottas. Mas resolvi esquecer os problemas, as limitações e aproveitar a temporada. Afinal, seria a primeira vez que o Bruno teria uma temporada completa, incluindo os testes de inverno.

O mundial começou e, logo na segunda corrida, o Bruno mostrou que poderia ser figurinha constante no Top 10 (após  alcançar o 6° lugar na Malásia) e, quem sabe, no Top 5. Mas isso não aconteceu e, por mais constante que o Bruno fosse ele não conseguia chegar mais a frente no grid. Na maior parte das vezes, por conta da posição de largada, que o obrigava a fazer corridas de recuperação. Como os resultados não vinham, as críticas foram surgindo, dos mais diversos meios, e o fantasma de Bottas crescia assustadoramente.

Quando o Maldonado venceu na Espanha, as críticas ao Bruno explodiram, me fazendo explodir de raiva. Afinal, não é fácil perder um treino livre pro piloto de testes, perder o segundo treino acertando o carro ao seu estilo de pilotagem e ter apenas o terceiro treino para, de fato, treinar e simular situações de corrida. Mas as pessoas pareciam não considerar esta desvantagem que o Bruno tinha em relação ao seu companheiro e aos demais pilotos do grid, e se empenhavam em criticá-lo e cobrá-lo cada vez mais. E, com o passar do tempo, ficou claro que a Williams não o queria para a próxima temporada.

A única coisa que me acalentava, era a esperança de conseguir ir ao GP do Brasil e assistir, ao menos uma vez, o Bruno em ação no cockpit de um F1. Mas a esperança se foi e eu caí na real. Não , eu não conseguiria ir ao GP.

A semana do GP do Brasil foi uma tortura pra mim. Primeiro porque via meus amigos ansiosos e na expectativa de irem a São Paulo assistir a corrida e ver seus pilotos favoritos. Eu os via tão felizes e ficava feliz por eles, mas estava extremamente decepcionada comigo mesma por não ter conseguido dinheiro para realizar o meu sonho. Acho que nunca chorei tanto em uma semana.
A corrida fez com que tudo ficasse ainda mais cruel, isso porque o Bruno abandonou, por conta daquele maldito toque com o Vettel, ainda na primeira volta. Além disso, havia a incerteza sobre seu futuro. Eu nunca tinha ficado tão angustiada com o final de uma temporada como fiquei no ano passado.

O tempo foi passando e a angústia só aumentava. Ficar sem informações era pior do que ter a  confirmação da saída do Bruno da Williams. Mas aí a equipe resolveu acabar com a nossa angústia e anunciou que o Bottas era o novo piloto titular da equipe. Sir. Frank Williams agradeceu ao Bruno pelos trabalhos prestados e, algo nas suas palavras me fez acreditar que ele não queria a saída do Bruno. Mas parece que Sir. Frank já não tem mais a mesma influência de outrora... Mas fazer o quê?! Vida que segue. A luta agora era pela vaga na Force India. Bruno foi apontado como um dos principais candidatos à vaga. Mas a coisa mudou de figura e Adrian Sutil passou a figurar como o favorito. Mas ainda temos Caterham - pensei-, embora fosse um passo para trás. Conforme o tempo passava e nenhuma equipe se pronunciava, tive a impressão de que a Caterham estava aguardando apenas a decisão da Force India para definir sua dupla de pilotos. Mas eu estava errada. No meio da tarde (não me lembro a data, confesso), enquanto estava no serviço, recebi um telefonema da Myn. Ela foi me avisar que a Caterham havia anunciado o Giedo para a temporada 2013. A casa caiu pra mim, literalmente. Embora tenha dito a Myn: "Agora nos resta Force India, vamos torcer.", sabia que, na verdade não nos restava mais nada. As nossas chances haviam acabado. Agora era aguardar o pronunciamento do Bruno.

E ele se pronunciou. Em 05/02/13, anunciou que daria um novo rumo a carreira. Em 2013 correria pela Aston Martin, no Mundial de Endurance, na categoria GTE Pro. E, pela primeira vez em quase cinco anos como torcedora do Bruno, eu tive medo. Sim, medo. Medo de não conseguir acompanhá-lo, medo de como as pessoas reagiriam a essa mudança, medo das críticas, enfim, medo do desconhecido. E o pior medo de todos me atormentava: o medo dele não ser feliz na categoria, de não se acostumar e não se sentir completamente realizado no WEC.
Mas a primeira corrida do mundial chegou e levou embora todos esses medos. Bruno tem um carro vencedor nas mãos, uma equipe que confia nele e que o quer lá, e companheiros dispostos a ajudá-lo. Percebi, e aceitei, que existe vida fora da F1. Tive certeza que o desejo do Bruno é vencer, não importa em qual categoria. Ele só quer fazer, e fazer bem, aquilo que sabe e ama, que é pilotar.

Aquele sorriso maravilhoso no lugar mais alto do pódio, um sorriso que não cabia no rosto foi o meu maior presente. Aquele sorriso dissolveu os meus medos, minhas angústias e os transformou em alívio, admiração e orgulho. Era como se, com aquele sorriso e aquela vitória ele estivesse retribuindo todo carinho e atenção que dedico a ele. Era como se dissesse: Viu, eu disse que não precisava se preocupar, que não precisava ter medo. Apenas confie em mim!

E então eu chorei. Chorei como uma criança! Chorei de felicidade, de orgulho por torcer por um cara que lutou muito pra chegar na F1 e, uma vez lá, não teve todo seu talento reconhecido. Chorei por um cara que iniciou uma nova, e, se Deus quiser, vitoriosa fase na carreira. Chorei por um cara que não teve medo do desafio e se lançou, de corpo e alma, nele em busca de sua felicidade. E essas minhas lágrimas foram uma resposta ao seu sorriso. Era como se eu dissesse: Pode deixar, eu confio em você! Independente do que aconteça, independente do que falem, eu vou estar sempre lá, torcendo, acompanhando, brigando com você e por você. Obrigada por me fazer tão feliz!!"

Ana Carolina

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