segunda-feira, 26 de março de 2012

"Eu sou o Bruno"



"Eu sou o Bruno”. Frase simples, meio óbvia, mas que revela uma realidade que muita gente não enxerga, ou não quer enxergar: ele é o Bruno, não o Ayrton.
  
Quando o Bruno foi anunciado como piloto titular da Williams para esta temporada, ouvi muita gente dizer, em tom saudosista, que voltaria a acordar cedo aos domingos para assistir as corridas, que a F1 voltaria a ter graça e a ser emocionante. Fiquei me perguntando se isso se devia ao fato do Bruno ter entrado "de verdade” na F1, em uma equipe que lhe dari condições de lutar por posições no grid, e cheguei à conclusão de que toda essa euforia não era por isso. Na verdade, as pessoas se sentem desta forma pois acham que está surgindo um "novo Ayrton Senna”. Eles não veem o Bruno, veem o Ayrton e passam a cobrar, de forma exagerada, por resultados, que às vezes, chegam a ser surreais.

É claro que as comparações com o tio tri campeão mundial e ídolo de muita gente, são inevitáveis. Mas notem: disse comparações, não cobranças. Achar o Bruno semelhante ao Ayrton na forma física, no estilo de pilotagem é uma coisa. Cobrá-lo de forma excessiva só porque ele é sobrinho do Ayrton é outra, completamente diferente. O problema é que as cobranças se tornaram uma constante, e as desculpas são sempre as mesmas: ele é sobrinho do Ayrton; ele é um Senna, tem que agir e ter resultados como tal. Mas não é bem assim... O fato do Bruno ser um Senna não o obriga a ter os mesmos resultados que o Ayrton, não o obriga a ser o Ayrton. Ele tem estilo próprio, carreira própria e o mais importante: identidade própria. O problema é que nem todo mundo entende isso...
   
Então, se é para torcer pelo Bruno, torça pelo piloto que ele é, pela pessoa que é e pela história que tem. Não torça para ele ser aquilo que você quer ou espera, que ele seja, ou então para ele ser "de fato” um Senna. Porque antes de ser sobrinho do Ayrton, antes mesmo dele ser um Senna, ele é o Bruno, pilotode F1.

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Bjinhos,
Ana

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