O Ano no WEC faz Senna redescobrir "gostinho de correr” e entender que existe vida competitiva fora da F1.
Ao GRANDE PRÊMIO, Bruno Senna afirmou que a temporada do WEC em 2013 pela Aston Martin foi além do esperado. Disse que se divertiu muito e que realmente há vida fora da F1. "Foi um ano que trouxe um pouquinho daquele gostinho de correr de volta, porque meus últimos três anos na F1 foram bem difíceis em relação a correr competitivamente."
Sem medo de errar, Bruno Senna viveu um ano de redescobertas em 2013. Redescobriu o "gostinho de correr", de ter um carro verdadeiramente competitivo nas mãos e "capaz de vencer todas as corridas". E viu que há realmente vida fora da F1. A temporada no WEC, o Mundial de Endurance, pela Aston Martin foi a responsável pelo renascimento do piloto e, segundo suas palavras, foi além das expectativas. O brasileiro fechou o campeonato com o sexto lugar na categoria GTE Pro, além de três vitórias – uma pela GTE Am. E foi o 23° na classificação geral.
Como se sabe, a chance na charmosa marca inglesa veio depois que as negociações para continuar na F1 fracassaram no final do ano passado.
"Honestamente, foi mais do que eu esperava”, admitiu Bruno em entrevista exclusiva ao GRANDE PRÊMIO durante o pré-lançamento do game Gran Turismo 6 para o PlayStation4 no autódromo Velo Città.
“Quando assinei com eles no começo do ano, eu tinha certeza exatamente de onde eles iriam estar. Eles terminaram o campeonato do ano passado muito bem, mas eu não imaginava que eles estariam realmente lutando para vencer todas as corridas desse ano. Nos primeiros dias com o carro, teve uma fase de adaptação, mas a partir do começo do campeonato, em Silverstone, eu estava realmente bem competitivo, cada vez mais competitivo, mais confortável com os pneus, com as pistas e com o carro."
De oito corridas, o time de Senna conquistou seis poles, três vitórias e dois segundos lugares.
“Foi a primeira vez na minha carreira que eu tive um carro capaz de vencer praticamente todas as corridas que eu comecei”, ressaltou. “Foi muito legal, foi um ano que trouxe um pouquinho daquele gostinho de correr de volta, porque meus últimos três anos na F1 foram bem difíceis em relação a correr competitivamente.”
As amargas temporadas na principal categoria do automobilismo, pois, deixaram uma certeza naquele fim de 2012. Senna não queria mais fazer número na F1. "Quando a gente terminou o ano passado, eu sabia que seria difícil, mas a gente estava ainda tentando continuar na F1, que era o lugar onde eu gostaria de correr", contou ao GP.
"Ao mesmo tempo, as oportunidades que foram ficando foram as oportunidades que eram a mesma coisa de antes: eu não ia ter chance de vencer, ia ficar só para fazer número no grid. Nunca corri para fazer isso. Sempre corri para vencer. Claro que o sonho de todo piloto é vencer na F1, que é o campeonato mais competitivo, mas conforme eu fui saindo e conversando com gente diferente, fui vendo que tem GT, tem automobilismo nos EUA, no Brasil, no Japão, enfim... Pelo mundo afora, tem muitas categorias. Existe vida", falou.
A vida não é como nos anos 1990, reconheceu Senna, “em que você saía da F1 e havia milhões de outras categorias, mas categorias como o WEC são muito profissionais”. Hoje, Bruno vê que o WEC “é muito viável para quem não está na F1". E quando realmente caiu a ficha de que havia de fato um caminho alternativo, viável e competitivo fora da trilha da F1? "É difícil dizer", afirmou o sobrinho de Ayrton.
"Mesmo no começo do ano, quando eu comecei a andar com o carro, eu curti, me diverti... É claro que não é um carro rápido e tão ágil como o da F1, mas a diferença de hoje em dia é que no GT, consigo andar todas as voltas no limite, no automático. Tenho um pneu bom e é um carro que não quebra. Na F1, você tem de andar um pouco abaixo do limite, porque você tem um pneu que não dura. Às vezes, você se diverte um pouquinho mais nas corridas de GT do que em um GP de F1, fora a competitividade de outros carros”, disse. “Então, quando eu comecei a correr neste ano e vi como as provas estavam se estruturando, me diverti.”
Quanto às corridas de 24 horas, Senna ainda vê que “tem um processo para eu começar a gostar delas de verdade, mas as de seis horas são bem legais.
Ainda não chegou o momento de dizer não à F1. Bruno ressaltou que o retorno à categoria-mor aconteceria só com uma "oportunidade maravilhosa". "Esse é o raciocínio, mesmo", contou o piloto.
Mas o negócio é que Senna já não vive em função da categoria e nem a procura. "Claro que você não pode dizer não, mas estou fazendo minha carreira fora da F1, estou contente, estou competitivo, me divertindo”, e sorri. “O foco é fazer uma carreira longa, ali fora, nas dezenas de categorias que são de alto nível fora da F1 e, se Deus quiser, vão ser muitos anos de corrida", concluiu.
Fonte: Grande Prêmio
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