Provas do Mundial de Endurance reúnem quatro categorias em um só grid, cada uma com uma dinâmica bem peculiar. Brasileiros das 6 Horas de São Paulo explicam as preocupações que têm quando correm nas classes GTE Pro e GTE Am, as duas mais lentas do WEC.
Para quem não acompanha tão de perto o endurance, acaba sendo um pouco complicado entender a dinâmica das corridas da categoria. Afinal, no grid do WEC, quatro categorias largam juntas em cada uma das etapas: LMP1, LMP2, GTE Pro e GTE Am.
Naturalmente, quem anda na frente chama mais a atenção: os protótipos híbridos de Audi e Toyota. Foram essas duas montadoras as vencedoras de todas as etapas disputadas na história do recriado Mundial de Endurance, que estreou no ano passado.
Mas, nas 6 Horas de São Paulo, a categoria LMP1, a principal, terá somente quatro dos 28 conjuntos inscritos. Além dos dois protótipos da Audi e do da Toyota, há um carro da Rebellion. Ou seja: a briga das outras classes promete ser mais intensa e agitada.
Os dois pilotos que correm em casa neste fim de semana estão nas classes GTE Pro e GTE Am, respectivamente: Bruno Senna e Fernando Rees.
Ao GRANDE PRÊMIO, a dupla explicou a dinâmica das disputas em que se envolvem durante as provas, onde um dos fatores principais é o modo como abrem caminho para os carros mais rápidos. “É mais importante negociar bem as ultrapassagens do e te deixar passarem no momento certo do que fazer uma volta rápida”, falou Rees.
Piloto do Corvette da equipe francesa Larbre, Rees deu como exemplo os momentos finais das 6 Horas de Silverstone. Ele terminou a etapa de abertura da temporada 2013 na segunda posição na classe GTE Am depois de, nas voltas finais, ultrapassar a Ferrari do português Rui Águas.
“Eu estava a uns 10s atrás nos últimos 15 minutos. Foi pauleira, correndo atrás dele, mas com os líderes da P1 e da P2 disputando a vitória. Esses caras estavam chegando em mim, eu tinha que deixar os caras passar, mas eu não podia tirar o pé porque estou no limite para pegar o cara da minha categoria. Perdi 1s, 1s5 numa volta, o cara perdeu 3s. Foi assim que cheguei, não conseguiria com pista limpa”, falou.
Ao mesmo tempo em que tentava alcançar Águas, precisou conter a pressão de outra Ferrari, que estava voltas atrás, mas que, com pneus novos, fazia o jogo de equipe e tentava impedi-lo de buscar a segunda posição. “É uma dinâmica que nem sempre aparece na transmissão da TV porque tem tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo que é difícil acompanhar tudo”, contou.
Senna disse que “não é fácil estar com os outros carros na pista, com velocidades e performances diferentes”. O piloto da Aston Martin alertou que, além de precisar pensar nos melhores lugares para permitir uma ultrapassagem de um adversário, é preciso tomar cuidado para não bater com os protótipos. “É muito fácil. Você está pensando em outra coisa, entra na curva e o protótipo já está lá dentro”, comentou.
Senna, contudo, vê a classe GTE Pro mais competitiva do que a LMP1. “Audi e Toyota são os únicos carros que estão mais para a frente. [A GTE Pro] é forte. A competição está muito acirrada, os carros estão muito próximos”, afirmou.
Durante a prova, eles também não sabem o que se passam nas outras categorias. “O pessoal, pelo rádio, avisa: ‘O Audi está vindo e disputando com a Toyota, está feroz o negócio’. Você sabe que duas ou três curvas depois eles vão pintar no retrovisor e é bom tomar cuidado”, disse Fernando. “Você sabe o que aconteceu com os protótipos depois que acabou a sua corrida só”, acrescentou Bruno.
Com relação ao envolvimento com o público, as equipes que andam no fim do grid também contam com torcidas. Na Inglaterra, por exemplo, a Aston Martin é uma das mais procuradas pelos fãs. Já nos Estados Unidos, a Corvette é uma das atrações.
“Em Sebring, no ano passado, tinha um monte de cara com tatuagem da Corvette, coisa de maluco, americano fanático. O cara não sabia quem eu era, nada disso, mas queria tirar foto do carro. Acho muito legal esse tipo de coisa. É parte desse campeonato, dessa ideia de Le Mans, e é perfeito para quem gosta de corrida”, contou.
As atividades de pista das 6 Horas de São Paulo têm início nesta sexta-feira, em Interlagos, com os primeiros treinos livres. A corrida terá largada às 12h (de Brasília) de domingo (1).
Senna vai dividir o Aston Martin #99 com o inglês Rob Bell. Rees compartilhará o Corvette com os franceses Patrick Bornhauser e Julien Canal.
Fonte: Grande Prêmio
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Beijinhos,
Ana
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