Marcando pontos em diversas corridas, piloto da Williams fala sobre o desafio de vencer na F-1: 'É importante estar no lugar certo, na hora certa'.
Pausa na Fórmula 1, um mês sem corridas, e Bruno Senna
aparece no Brasil. A conversa com o Esporte Espetacular acontece logo depois de um bom resultado, um sétimo lugar na pista de Hungaroring. Tranquilo e com moral dentro da Williams, Bruno avalia seu momento na categoria e reafirma sua vontade de vencer. Mesmo deixando claro que sua meta, neste ano, é marcar pontos e evoluir em sua curva de aprendizado na F-1.
- Esta corrida da Hungria foi realmente interessante, porque o fim de semana inteiro foi forte, com classificação forte. O desenvolvimento da nossa performance está melhorando, e eu estou ficando mais competitivo a cada fim de semana. Desde Valência, a gente teve um ritmo forte, então acho que isso é um bom indicativo para a segunda metade da temporada – diz Bruno.
O otimismo faz sentido. A segunda parte do campeonato é composta por pistas nas quais o piloto adquiriu experiência no ano passado, quando assumiu o carro da Renault – atual Lotus – na 12ª etapa da temporada. Uma boa referência para buscar o máximo de desempenho de um equipamento que já venceu uma corrida neste ano, quando Pastor Maldonado faturou o GP da Espanha. Apesar do bom resultado do venezuelano em Barcelona, Bruno pontuou em seis provas, contra apenas duas do companheiro.
- O importante é estar constante, ter uma cabeça boa para manter os pontos fluindo. A coisa que todo piloto quer é vencer, estar no pódio, estar na frente. O mais importante é saber que eu estou no meu primeiro ano, enquanto ele está no segundo ano dele com a equipe, e acho que, largando em condições semelhantes, a gente vai ter coisas semelhantes. Como piloto, estou aprendendo, e eu quero vencer na Fórmula 1. Tenho que usar toda a chance que eu tiver para me desenvolver, ganhar mais confiança, experiência e crescer como piloto – acredita Senna.
Ainda sobre o GP da Hungria, onde conquistou sua melhor posição de largada na temporada, o brasileiro explicou a manobra sobre o mexicano Sergio Perez. Com a necessidade de ganhar posições na pista para fazer a estratégia de pit stops funcionar, Bruno partiu com ação para cima do piloto da Sauber, e acabou superando o concorrente pelo lado externo do traçado.
- Eu saí da curva um bem atrás dele, e ele estava com dificuldade, foi defender a posição por dentro e eu vi a oportunidade de frear mais tarde. E ali você consegue segurar o outro piloto por fora, naquela curva. Eu sabia que teria aderência fora do traçado, e o passei lá mesmo. Ele tentou me esparramar um pouquinho, mas eu segurei a onda dele. Depois da corrida, ele veio me dar os parabéns pela boa manobra – confessa, com orgulho.
Somando pontos e diminuindo a pressão
Bruno reconhece que há uma série de circunstâncias que envolvem a conquista de uma vitória. E que tirar o máximo de um carro que já venceu uma corrida não significa, necessariamente, chegar em primeiro lugar. Mas, mesmo sem se colocar pressão, o brasileiro tem consciência de que é possível ir além de seus resultados mais recentes.
- Se você tira o máximo do seu carro na corrida certa, você pode vencer. Na corrida de Valência, mesmo largando mal e fazendo uma corrida difícil, eu estava correndo à frente do Schumacher, e com o ritmo que eu tinha, provavelmente conseguiria terminar à frente dele. Com tudo o que aconteceu, eu poderia ter terminado em terceiro, mesmo sem ter tido o melhor final de semana da minha vida. A Fórmula 1 tem dessas coisas, e por isso é importante estar no lugar certo, na hora certa. O que eu tenho que fazer neste ano é marcar bons pontos, fazer boas corridas. Claro que eu nunca recusaria a chance de uma vitória, mas esta pressão não existe – avalia o competidor, que estreou na F-1 pela fraca HRT, em 2010.
Mesmo num período de desenvolvimento da equipe, Bruno explica que as fábricas fecham por pelo menos duas semanas neste período de intervalo. A medida é fruto de um acordo com os sindicatos europeus, e é seguida à risca pelos times. Não só os testes são proibidos, mas também qualquer atividade profissional fora das sedes das equipes.
- Tem duas semanas em que toda a parte da engenharia da fábrica tem que fechar, não pode nem levar o laptop para casa, porque é proibido. Eu acho que é essencial para a F-1 um período de férias obrigatório, porque no final do ano não tem férias. Está todo mundo no limite, fazendo o carro do ano seguinte, preparando as coisas, então as equipes não têm férias – explica Senna.
Atendendo jornalistas e patrocinadores antes de aproveitar de fato suas férias, o piloto comemora o período de descanso e faz planos para curtir a família e os amigos no Brasil.
- Olha, vai ser o primeiro período que eu vou ter em vários anos que eu vou estar de férias de verdade. Então não vou ver patrocinador, não vou ver equipe, não vou ver jornalista, vou ficar em casa, vou curtir o sol. Dormir na minha cama, acordar na minha cama, comer a comida de casa. Tudo o que está fora do lugar assenta e você volta para o campeonato com mais energia, muito mais ânimo – frisa o piloto de 28 anos.
Fonte: Globo.com
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Bjinhos,
Ana
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